A revolução dos bichos

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A revolução dos bichos
Animal farm
George Orwell
1945
Avaliação (4 de 5): 

“Todos os animais são iguais… mas alguns são mais iguais que outros.”

A revolução dos bichos conta a história de um grupo de animais que certo dia resolve se revoltar contra o dono da fazenda onde moravam. Ok, até aqui não parece ser muito atrativo. Porém, conforme vemos o que acontece na fazenda neste período pós-revolução animalista percebemos a crítica inerente à obra.

Os paralelos com a revolução comunista e com o que ocorreu após ela em todos os países reais que sofreram com tais políticas é impressionante e de facílima observação.

Tal qual em países dominados pela esquerda, o autoritarismo expande-se a passos largos na Fazenda dos Bichos à medida em que o poder dos porcos gradativamente cresce.

É notável também o trabalho de propaganda desenvolvido mormente pela eloquência do agente Squealer para manter satisfeitos todos sob o domínio dos porcos e para perpetuá-los convencidos da benevolência e aptidão do líder e da “ótima” situação vivida por eles, apesar da realidade mostrar-lhes o oposto, bem como para aceitar as mais absurdas mudanças propostas por seus governantes.

O esforçado cavalo Boxer representa, sem dúvidas, aqueles trabalhadores que dedicam suas vidas ao partido e seus carismáticos líderes, defendendo-os e fazendo tudo o que se lhe é dito para fazer, dedicando até o último suspiro de vida um esforço hercúleo para satisfazer os interesses daqueles que dizem estar preocupados com tais trabalhadores quando de fato não o estão.

De fato, as similaridades com a realidade são estridentes. A égua Mollie lembra-nos aqueles que imediatamente após a revolução deixam o país, sabendo do triste destino que aguarda sua pátria. O velho burro Benjamin parece ser um daqueles poucos que de fato vêem e entendem o que está realmente ocorrendo, percebendo a esperteza dos líderes, suas jogadas e investidas, mas permanecendo praticamente mudo, murmurando uma outra frase aqui ou acolá, sendo um ser totalmente apático em relação à vida política de sua terra.

Há na história dos filhotes de cães – que já quando de seus nascimentos são tirados de sua mãe e passam a ser educados pelo governo, e não por sua família – uma semelhança nada sutil com o que andam fazendo hoje em dia (e querem expandir ainda mais!) com as nossas crianças, que já na mais tenra idade passam a ser lobotomizadas sob os moldes estatais, absorvendo consciente e, sobretudo, inconscientemente a cartilha da agenda canhota, sendo fiéis defensores de ideologias globalistas e de déspotas. Ah… como isto é, infelizmente, comum em nosso país, do ensino básico ao superior, cuja educação à la Paulo Freire é construída endeusando figuras ignóbeis cujos trabalhos e idéias deveriam ser completamente esquecidos, apagados da história mundial, como Guevara e Marx!

É esta, e somente esta, a razão para os discursos que defendem a retirada das crianças do seio familiar o quanto antes: para que passem mais e mais tempo sob influência ideológica e, com isso, moldar os pensamentos e vontades dos infantes para que cresçam militantes.

Outros paralelos entre esta obra e a nossa realidade atual podem ser traçados com pouco esforço, como as galinhas e vacas enganadas com falsas promessas, tal qual o povo mais incauto que sempre vota nos mesmos partidos que os controlam por medo, migalhas e falsas caridades; ou ainda como as mensagens dos líderes mudam lentamente à medida que lhes é possível e apraz. Afinal, é fácil, e por algum motivo encantador para alguns, falar que “todos [os animais] são iguais”, mas o fato é que também é fácil justificar a discrepância no tratamento que diferentes animais recebem, já que “alguns [animais] são mais iguais que outros”…

ps.: Há quem diga que “A revolução dos bichos” é uma crítica de Orwell ao Stalinismo. Mas, cá pra nós, com qual governo de esquerda não podem ser aplicadas tais comparações? Lulismo, Castrismo, Chavismo…

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