A farsa do desarmamento

“Quando um homem forte e bem armado guarda a sua casa, os seus bens estão em segurança.”  –  Jesus Cristo (Lc 11, 21)

Mais uma vez estão tentando, de forma muito sutil, tirar a idéia de que não é legítima a última forma de proteção ao direito máximo do cidadão.

Essa campanha do desarmamento é apenas uma investida oportunista que se aproveita daquele trágico evento ocorrido numa escola do Rio de Janeiro, para fazer a mente de algumas pessoas que, movidas pelo sentimento, acabarão por atropelar a razão e, cheio de boas intenções, votarão a favor do desarmamento.

A legítima defesa é algo legítimo, oras. Por que raios de motivo eu abriria mão do direito de proteger minha vida e de minha família? Só porque governos totalitaristas assim o querem?

Abaixo, razões para não se compactuar com a farsa do desarmamento.

1o Motivo Para Votar NÃOOs países que proibiram a venda de armas tiveram aumento da criminalidade e da crueldade dos bandidos.

A Jamaica, um dos países mais violentos da América, baniu as armas de fogo em 1974. De lá para cá, a situação piorou, e com o acréscimo de um novo elemento, o mercado negro de armamentos. “Os criminosos jamaicanos encontram pistolas e revólveres contrabandeados facilmente, enquanto o cidadão honesto que quer ter uma arma é obrigado a recorrer à ilegalidade” disse o canadense Gary Mauser, pesquisador do Instituto de Estudos Urbanos do Canadá e especialista em políticas de controle de armas, à revista cujo artigo resumimos.

Em 1996, a Austrália baniu os modelos automáticos e semi-automáticos e tirou 700.000 armas de circulação, um sexto do arsenal do país – mas o número de homicídios se manteve inalterado. Na Inglaterra, desde o banimento das armas com calibre superior a 22 milímetros, em 1997, os crimes de morte aumentaram em 25% e as invasões de residências em torno de 40%.

Com a população desarmada os riscos são menores para os criminosos”, diz o economista John Lott, autor de dois livros sobre desarmamento.

2o Motivo Para votar NÃOAs pessoas temem as armas. A vitória do “Sim” no referendo não vai tirá-las de circulação no Brasil.

A culpa pelos altos índices de criminalidade e de homicídios não é da arma, mas de quem a tem em mãos. Revólveres não transformam cidadãos em assassinos.

A Suíça é um dos países mais armados do mundo. São 2 milhões de armas – entre elas 600.000 fuzis e 500.000 pistolas – para uma população de 7 milhões de pessoas. As ocorrências de crime por arma de fogo são tão baixas que nem sequer têm valor estatístico.

Em especial, os países de fronteira, com grandes espaços a ser ocupados, como os Estados Unidos, o Canadá, e o Brasil, têm a tradição da posse da arma e da caça. Nas zonas rurais brasileiras, longe dos pontos policiais, serve para sitiantes e fazendeiros defenderem suas propriedades de assaltos, invasões do MST e dos ataques de animais predadores e criações.

As armas, assim como as bebidas alcoólicas ou os automóveis, não causam estragos por conta própria. Só se tornam nocivas se forem mal utilizadas.

3o Motivo para Votar NÃOO desarmamento da população é historicamente um dos pilares do totalitarismo. Hitler, Stalin, Mussolini, Fidel Castro e Mao Tse-Tung estão entre os que proibiram o povo de possuir armas.

Antonio Gramsci, fundador do Partido Comunista Italiano, listou o desarmamento da população entre as providências essenciais para garantir o controle totalitário da sociedade.

Hitler desarmou os alemães e os povos dos países ocupados, mas distribuiu armas entre milícias fiéis ao regime. É o mesmo que atualmente fazem Fidel Castro em Cuba e o coronel Hugo Chávez na Venezuela.

4o Motivo Para Votar NÃO A polícia Brasileira é incapaz de garantir a segurança dos cidadãos.

O fato de a segurança coletiva ser atribuída ao Estado não elimina o direito de autodefesa do cidadão para proteger a própria vida.

Em países como o Brasil, em que a impunidade de criminosos, a ineficácia das leis, e a violência urbana fazem parte do imaginário nacional, é natural que a confiança dos cidadãos no Estado desapareça. A desconfiança da população tem respaldo nas estatísticas: apenas um décimo dos 50.000 homicídios que acontecem por ano no Brasil é esclarecido pela polícia.

5o Motivo Para Votar NÃO A proibição vai alimentar o já fulgurante comércio ilegal de armas.

Bandidos não compram armas em lojas. “A maior parte das armas em poder do crime organizado é obtida por meio de contrabando”, diz o delegado Carlos Oliveira, titular da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos do Rio de Janeiro.

A proibição do comércio de armas de fogo não vai por fim ao mercado de armas e munições. A medida, além de contribuir para o crescimento do mercado clandestino, pode colocar o cidadão de bem em situação irregular.

[O mais óbvio] 6o Motivo Para Votar NÃOObviamente, os criminosos não vão obedecer à proibição do comércio de armas.

Em vista das pesadas restrições que cercam a venda de armas no Brasil, todo o mastodôntico referendo foi criado, em última análise, para decidir sobre um reles arsenal de 3000 revólveres e armas de caça vendidos por ano. Isso num país em que se estima existirem 8 milhões de armas clandestinas.

7o Motivo Para Votar NÃO O Referendo desvia a atenção daquilo que deve realmente ser feito: a limpeza e o aparelhamento da polícia, da justiça e das penitenciárias.

Crime se combate com uma polícia honesta e bem equipada, não com o desarmamento da população”, diz o paulista José Vicente da Silva Filho, ex-Secretário Nacional de Segurança Pública.

O governo federal gasta, por ano, 170 milhões de reais com segurança pública. Isso é menos do que os 270 milhões de reais que serão gastos com o referendo. Com esse dinheiro seria possível comprar 10.500 viaturas e 385 000 coletes à prova de bala para a polícia. O recurso seria ainda mais bem aplicado se fosse usado na aquisição de computadores para as delegacias e na unificação do banco de dados das forças públicas.

Disponível e retirado de:  http://www.montfort.org.br/old/index.php?secao=veritas&subsecao=politica&artigo=desarmamento&lang=bra

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Estes são irrefutáveis argumentos apresentados na Revista Veja de Outubro de 2005, pág. 76 a 88, por Jaime Klintowitz.

Mas também é muito importante conhecer o que diz o advogado presidente do Movimento Viva Brasil, Bene Barbosa.